terça-feira, 24 de março de 2009

Grupo de trabalho debaterá a municipalização do ensino

Por sugestão da vereadora Sofia Cavedon (PT), a Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece) da Câmara Municipal de Porto Alegre, constituiu na audiência realizada nesta terça-feira (24/03), um grupo de trabalho que irá aprofundar a discussão em relação a aplicabilidade da Lei nº 11.700/08, de autoria do senador Cristovam Buarque, que visa assegurar vaga na escola pública de educação infantil ou de ensino fundamental mais próxima de sua residência para todas as crianças a partir de quatro anos de idade.

O grupo será composto por representantes do Conselho Municipal da Educação, Promotoria de Justiça de Defesa da Infância e do Adolescente, Conselhos Tutelares, Atempa, Secretaria Municipal da Educação e da Cece.

Na opinião de Sofia, que considera fundamental o debate, a proposta reforça um direito subjetivo já previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). “Já está previsto que as crianças de 6 a 14 anos são obrigadas a frequentar a escola”, lembrou a vereadora, pedindo cuidado, pois entende que não adianta cobrir um lado e descobrir outro. “Não podemos aceitar que se reduzam outros atendimentos em prol deste”. Sofia criticou os governos estaduais que vêm fechando turmas de ensino fundamental, para crianças de zero a seis anos, há dez anos. “Temos que brecar esta atitude”.

A discussão, feita nesta tarde, contou com a presença do representante do Movimento Educação Já do RS, Luis Afonso Medeiros. Ele é o responsável, segundo informou, pela divulgação nacional da legislação. Disse ainda que a lei foi sancionada pelo presidente Lula em julho de 2008, e entrou em vigor em janeiro de 2009. “Somente em Porto Alegre, em torno de 40 a 50 mil crianças podem ser beneficiadas”, ressaltou Medeiros. Ele disse que o Poder Público, uma vez usando o previsto nesta lei, poderá ter retorno financeiro através do Fundeb. “Trata-se muito mais de vontade política do que entrave financeiro”, enfatizou, considerando este debate de profunda envergadura do ponto de vista social. “Nos sentimos confortados porque a partir dessa reunião, acredito que Porto Alegre começa a tomar consciência da importância desta lei, que atenderá as camadas mais baixas da população”.

O representante dos Conselhos Tutelares, Rodrigo Reis, também manifestou-se preocupado em relação a aplicabilidade da lei, poisl segundo informou, os conselheiros tutelares são os primeiros a serem procurados quando falta vaga nas escolas. Disse ainda ter preocupação, caso a lei seja aplicada, que acabem com os maternais e berçários nas escolas conveniadas. “Por isso, pedimos atenção desta Casa em relação a adaptação desta lei em Porto Alegre”, pediu Reis.

A Promotora de Justiça de Defesa da Infância e do Adolescente, Synara Buttelli, também disse que vê dificuldade na aplicação da lei, pois informou que as famílias de baixa renda se mudam com facilidade. “Elas se proliferam de forma desordenada e por isso nunca sabemos efetivamente o número de crianças que precisam de escolas nos bairros”, disse a promotora, ressaltando dificuldades na identificação das demandas. “Nunca sabemos de fato onde elas estão”. Também questionou a necessidade de uma nova legislação. “Concordo com a vereadora Sofia de que já está previsto no ECA”.

Fonte: Assessoria de Imprensa da CMPA

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